segunda-feira, 29 de junho de 2009

ATIVIDADE TERTÚLIA

" As obras literárias são a melhor expressão do espírito humano"


“Tertúlia”! Nome estranho, não é? Todos ficaram com medo de se inscreverem nela. O nome assustou. Tanto que havia poucos cursistas realizando esta atividade.
Quer saber o que quer dizer Tertúlia? Pois bem, vamos lá: reunião de amigos para discutir literatura. Não é legal? Eu adorei esta atividade, e o professor Mariel Carvalho, é literatura em pessoa, é uma coisa inclivel! Nunca vi alguém respirar e transpirar literatura como ele.
Fez-nos uma explanação sobre alguns Cânones da nossa Literatura Brasileira que entre eles estão: Machado de Assis, Mário de Andrade, lima Barreto, Graciliano Ramos, Jorge Amado, sem esquecer de Cecília Meireles, Rachel de Queiroz.
Também refletimos sobre o que define Literatura e sabendo que há vários significados, gostei mais deste: "Literatura á a expressão artística dos conteúdos da ficção ou imaginação por meio da palavra escrita".
Sempre achei que era só escrever alguns romances, que já era considerado literário, mas ficamos sabendo que não é bem assim , ou seja, para que uma obra venha a ser considerada Grande Literatura ela precisa ser declarada literária pelas chamadas instâncias de legitimação que entre elas estão a universidade, os suplementos culturais dos grandes jornais, as revistas especializadas, os livros didáticos, as histórias Literárias, etc.
Outra atividade que realizamos durante esses encontros, foi assistirmos ao filme "O Carteiro e o poeta", a qual faço uma breve reflexão abaixo e recomendo a todos que ainda não assistiram. Antes disso, reflitam sobre o que diz Márcia Abreu no seu livro 'Cultura Letrada- Literatura e leitura":

"A escola ensina a ler e a gostar de literatura. Alguns aprendem e tornam-se leitores literários. Entretanto, o que quase todos aprendem é o que devem dizer sobre determinados livros e autores, independentemente de seu verdadeiro gosto pessoal"


REFLEXÃO SOBRE O FILME: “O CARTEIRO E O POETA”

É interessante como a linguagem cinematográfica, é repleta de possibilidades narrativas, onde nos seduz e também como essas narrativas traz significância para nossas vivências.
Ao assistirmos o filme “ O Carteiro e o Poeta” do diretor Michel Radford ( 1994), podemos observar como ele é rico de detalhes nas imagens, na história e na trilha sonora.
O filme conta a história da vida do poeta Pablo Neruda, onde estava exilado em uma ilha na Itália, devido a problemas políticos e de Mário Ruoppolo, que era desempregado, solteiro e semi-analfabetizado, que é contratado como carteiro, com a responsabilidade de entregar com exclusividade as correspondências de Neruda.
Esse fato impulsionou o surgimento de uma profunda amizade entre os dois. A relação entre eles foi se consagrando na confiança pactuada por um diálogo sincero. O poeta foi aprendendo a simplicidade do carteiro e o carteiro amplia sua visão das coisas e seu conhecimento a respeito de si mesmo.Descobre, também como expressar sua paixão pela jovem Beatrice Russo e pelo mundo. Com Neruda, ele aprende lições de sensibilidade, de cidadania e de política. Ele experimenta uma intensa transformação em sua vida. Começa a experimentar novas vivências, faz coisas diferentes, milita em um partido político, desenvolve a arte de elaboração do conhecimento, aprende a se conhecer, passa a perceber coisas sublimes, transcendentes, como poesias, começa a admirar a geografia do lugar, onde antes vivia sem perceber quase nada, reconhece a exuberante paisagem da ilha onde mora.
Mas o inesperado acontece.Neruda tem permissão para retornar ao Chile, e compromete-se a escrever para Mário. Contudo os anos se passam naquela ilha e nada, só o vazio e as saudades.
Mário, chateado porque foi esquecido por Neruda, começa a pensar por que o poeta haveria de lembrar dele . Ele não era nenhum poeta, nem um comunista. Se colocou como um nada. Mas ao mesmo tempo ele foi fazer com que Pablo se lembrasse dele, usando a metáfora do lugar, como algo assim essencial, porque quis expressar pelo carisma, que ele tinha pelo poeta a poesia do lugar.
O fato de Mário não ser lembrado por Neruda é um sentimento que abala os espectadores do filme. É um choque, pois o filme encerrar-se sem que o poeta escreva para Mário ou o relembre de imediato.
Os acontecimentos que o filme mostra estão na esfera do não esperado. São acontecimentos pouco previsíveis e que, aparentemente, confrontam-se com a realidade da vida daquelas pessoas e, igualmente, com a da vida de quem assiste o filme.
Então, por mais que o carteiro achasse que não tinha nada a oferecer ao poeta, deu-se para perceber que, como diz a letra da Música “Metáfora” de Gilberto Gil, que ninguém é tão vazio, que não possua algo que venha contribuir com alguém.
E que sempre temos uma meta a ser cumprida. Isto está bem visível no personagem de Mário, pois enquanto ele não conseguiu conquistar a amizade do poeta, não se deixou vencer. Conquistou e lutou pelos seus objetivos.
Da mesma forma, quando julgamos Pablo Neruda por ter abandonado Mário, não podemos ter uma visão ampla do que se passava em sua cabeça. Para ele, o fato de poder retornar para o Chile, torna-o livre novamente. Então, de qualquer forma, tinha também sua meta para cumprir.
Podemos dizer que simplesmente cada um dos personagens, de acordo com suas vidas, tem algo em comum, ou seja, a poesia .

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